Hoje a terrível morte da colega Brenda Oliveira me impulsionou a organizar minhas convicções pessoais acerca de temas que podem não estar diretamente relacionado aos jurisdicionados, mas que afetam a atividade desempenhada por mim, também neste blog.
A princípio desejo meus sinceros sentimentos a família de Brenda e desejo que deus lhes dê força para enfrentar esse terrível momento.
Ao mesmo tempo que me iterava das notícias do ocorrido, passei a notar que os comentários relativos ao caso, possuíam quase sempre uma inclinação a evidenciar os descuidos que ela teve nos momentos que precederam o atentado e atribuí-los a esse desfecho terrível.
Em seguida, notei que eu mesmo, prontamente digeri essas informações. Ocorre que, gradualmente, fui observando mais e mais comentários da mesma natureza. Assim, me dei conta de que dar carona a um cliente, ou mesmo, publicar o momento de sua oitiva não podem justificar/explicar o ocorrido.
Além disso, como costumo dizer, eu “reflexionei” sobre como é comum ouvir a expressão “Que tragédia, né?”. Entretanto, após um instante de pausa, marcado por reticências, frequentemente essa “tragédia” dá lugar a um comentário do tipo “mas eu soube que ela traiu o marido”.
Aliás, essa tendência se torna ainda mais evidente quando o caso envolve uma mulher, uma pessoa negra, assim por diante. Invariavelmente, estamos sempre em busca dos “porquês”. No entanto, minha súplica é que deixemos de lado esses questionamentos e nos concentremos em oferecer conforto às famílias dos envolvidos. Façamos isso sem pausas e reticências, desejando apenas que os falecidos descansem em paz.